A TERNURA DE SEU AMOR

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A TERNURA DE SEU AMOR


"Vendo Ele as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor" (Mt 9:36).
Mateus 9:35 descreve como Jesus percorria muitas áreas da Palestina "pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades". Em nossa idade cética, quando as pessoas suspeitam que todo esforço para ajudá-las seja maculado com algum objetivo oculto, o motivo por trás do ministério de Jesus vem como uma lufada de ar fresco: amor genuíno, descrito como "compaixão" (v. 36).
Ele era movido para as pessoas; Seu coração voltava-se para elas. Vemos essa mesma preocupação geral em Marcos 8:1-3, onde Jesus Se preocupa com a fraqueza do povo a caminho de casa. "Há três dias que permanecem comigo", Ele lembra Seus discípulos, "e não têm o que comer. Se Eu os despedir para suas casas, em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe".
É uma preocupação notavelmente terna, e diz muito sobre Jesus. Ele conhecia Seu público. Ele simpatizava com suas necessidades. Sentia suas dores. Ele nem nos pede que sejamos exatamente iguais a Ele ou que façamos exatamente o que Ele fez. Pois embora Ele mesmo tivesse passado por quarenta dias de jejum, estava preocupado com a saúde e a segurança de pessoas que haviam passado apenas três dias comendo quase nada (embora talvez não totalmente sem comida).
Pela mulher apanhada em adultério (Jo 8:2-11)
Como Jesus a tratou a mulher pega em adultério? O que podemos aprender dessa história?
"Em Seu ato de perdoar a essa mulher e animá-la a viver vida melhor, resplandece na beleza da perfeita Justiça o caráter de Jesus. Conquanto não use de paliativos com o pecado, nem diminua o sentimento da culpa, procura não condenar, mas salvar. O mundo não tinha senão desprezo e zombaria para essa transviada mulher; mas Jesus profere palavras de conforto e esperança. O Inocente Se compadece da fraqueza da pecadora, e estende-lhe a mão pronta a ajudar. Ao passo que os fariseus hipócritas denunciam, Jesus lhe recomenda: ‘Vai-te, e não peques mais.’ Jo 8:11" (O Desejado de Todas as Nações, p. 462).
Que compaixão e terno amor da parte de Jesus! Ele manejou a situação de tal modo que, para sempre, a partir de então, os acusadores da mulher estariam ansiosos para afastar-se dela, visto que nunca poderiam estar certos do que ela havia lido no pavimento sobre sua vida privada naquela manhã.
Se você ler a história cuidadosamente, poderá ver a compaixão de Jesus até mesmo pelos que eram tão maus em suas intenções. Como teria sido bom se o coração deles estivesse tão aberto aos apelos de Cristo como estava o daquela desgraçada mulher!
Pelas crianças (Mt 19:13, 14)
As crianças têm suportado o ímpeto do sofrimento ao longo dos séculos. Impotentes e dependentes, com muita freqüência elas têm sido apanhadas no fogo cruzado de guerras, conflitos, revoltas públicas e contendas familiares. Foram as crianças, os meninos em particular, que suportaram o ímpeto da primeira e horrível "solução do problema judeu" sob os antigos faraós do Egito (Êxodo 1:15, 16). E os meninos novamente foram dizimados na matança de Herodes contra os inocentes (Mt 2:16), levando Mateus a recordar outra ocasião de matança indiscriminada de crianças no começo do cativeiro babilônico (Mt 2:17, 18; compare Jr 31:15). Ao ter conhecimento da matança de Herodes, talvez nos joelhos de Sua mãe, como Jesus deve ter-Se lembrado de que esses inocentes pequenos morreram, de certo modo, por causa dEle (Ele veio para morrer por eles; mas antes de ter idade suficiente até para conhecer Sua missão, eles morreram por causa dEle)!
Que mensagens nos são dadas nestes relatos sobre a maneira de tratarmos as crianças? Mt 18:2-6; Mt 19:13-15
Como pode ter sido o futuro daquelas crianças que se assentaram no colo de Jesus naquele dia, e a quem Suas mãos se estenderam em bênção? Que lembranças elas guardaram daquele dia, aquelas com idade suficiente para lembrar? Teriam algumas delas, mais tarde, aceitado Jesus como Messias? E como devem ter se sentido ao saber que aquela pessoa amorosa que havia colocado as mãos sobre elas em bênção estava agora no Céus ministrando em seu favor? Que profundidade de certeza isso deve ter trazido a elas! Os políticos beijam as crianças para conquistar os votos de seus pais; mas Jesus amava as crianças por elas mesmas. "Deixem vir a Mim crianças", Ele repreendeu Seus discípulos, "e não as impeçam; pois o reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas" (Mt 19:14, NVI).
Pela família de Lázaro
Não sabemos muito sobre a família de Lázaro de Betânia. Os Evangelhos dizem pouco sobre eles. Mas parece claro que eles eram três irmãos adultos, solteiros, vivendo na mesma casa. Provavelmente não fossem uma família judia típica, mas era ali que Jesus escolhia ir sempre que ia à cidade. João nos informa que "Jesus amava Marta e a irmã dela (Maria) e (seu irmão) Lázaro" (Jo 11:5, NVI).
Como Jesus respondeu à queixa de Marta? Lucas 10:38-42
O pedido de Marta parecia claramente justificado. Afinal, a refeição estava no centro da hospitalidade do Oriente, e a preparação era trabalhosa. Talvez pobre demais para contar com servas, Marta precisava de ajuda na cozinha. Levando em conta tudo isso, a resposta de Jesus a ela parece de uma negligência incomum.
Talvez a chave para entender isso seja considerar a dimensão mais ampla da missão de Jesus. Para Ele, nada era comum, como Seus próprios pais descobriram durante o incidente no templo (Lc 2:48, 49). Para Jesus, o destino transparecia em cada minuto de Seu tempo conosco. Naquele contexto, o trabalho da cozinha não era importante, por mais que requeresse atenção.
Mas entendemos mal Jesus se pensamos que Ele era insensível a Marta. Bem ao contrário. Os Evangelhos não trazem videoclipes dos incidentes que registram. Não podemos ver o rosto de Jesus enquanto respondia a Marta. Não podemos ouvir o tom de Sua voz. Usando a imaginação, porém, conhecendo o que sabemos de Jesus em outros pontos dos Evangelhos, podemos imaginar Jesus Se erguendo de Seu lugar enquanto respondia a Marta, chamando afetuosamente seu nome duas vezes. "Marta, Marta", Ele disse, caminhando até a cozinha e seguindo Maria, "existe algo infinitamente mais importante que a hospitalidade, e Maria o descobriu".
Pelos inimigos
Uma das declarações mais famosas de Jesus está em Mateus 5:44-48.
Em sentido real, pode-se dizer que toda a vida e morte de Cristo foi uma expressão desse princípio: amar os inimigos, fazer o bem até mesmo aos que não nos fazem o bem.
Depois da queda de Adão e Eva, o mundo inteiro se tornou, de certo modo, território do inimigo, uma raça de seres caídos e rebeldes vivendo em oposição a Deus. No entanto, o que Deus fez por este planeta inimigo? Enviou um exército de anjos para arrasá-lo em sua iniqüidade? Não! Em vez disso, Ele enviou Jesus, Seu Filho, a fim de salvar o mundo, não para condená-lo.
Que dizer, por exemplo, quando Ele curou a orelha do servo, cortada por Pedro (Lc 22:50, 51)? Ou que tal a ocasião em que Ele revelou que sabia o que Judas iria fazer, dando ao discípulo endurecido outra oportunidade para abandonar o pecado (Mt 26:25)?
Evidentemente, o maior exemplo tem de ser Sua oração ao Pai quando estava sendo crucificado: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34). De muitas formas, este é o maior exemplo de amor pelos que não o merecem. Apesar de não saberem o que estavam fazendo, eles não tinham desculpa. Enquanto aqui esteve, Jesus deu ampla oportunidade, tanto para os judeus como para os romanos, de saber quem Ele era, ou pelo menos de conhecer o suficiente para saber que Jesus não merecia o que estava sofrendo. Apesar disso, Jesus ainda mostrou compaixão por eles.
Por Israel
"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!" (Mt 23:37).
Como o caráter de Jesus é revelado no texto acima? O que ele nos diz sobre o amor de Deus para com Seu povo? O que ele diz sobre os limites daquilo que o amor pode fazer? Ao mesmo tempo, antes de começar a apontar o dedo a alguém, pergunte a si mesmo: Como essas palavras podem ser aplicadas diretamente a mim?
Se Deus tivesse as mesmas emoções que nós, humanos, a história de Sua relação com Israel totalizaria quatro mil anos de decepção e frustração quase contínuas. Para dizer a verdade, houve alguns pontos altos, em que a nação trouxe alegria a Deus, mas essas ocasiões foram raras e comparativamente breves. Finalmente, Sua paciência fenomenal se esgotou, e Deus deu à nação um período de 490 anos (Dn 9:24) que alcançaria a vinda do Messias. Jesus foi esse Messias; e o que vimos nEle, do início ao fim, foi uma atitude de compaixão, um amor severo e terno.
Pense como a repreensão de Jesus em Mateus 23:25-35 pode ser uma expressão de amor.
O que observamos aqui é o fenômeno da paciência divina se aproximando do fim. Mas, por mais severamente que tenha sido provocado, e por mais demorada que fosse a provocação, a ternura atravessa a crosta exterior da severidade de Jesus. Ele não teria falado essas palavras severas se não houvesse esperança de que algumas dessas pessoas enxergassem seu erro.
"Grande tato e sabedoria são necessários no trabalho de ganhar as pessoas para Cristo. O Salvador nunca suprimiu a verdade, mas disse-a sempre com amor. Em Suas relações com outros, exercia o máximo tato, e era sempre bondoso e cheio de cuidado. Nunca foi rude, nunca proferiu desnecessariamente uma palavra severa, não ocasionou jamais uma dor desnecessária a uma pessoa sensível. Não censurava a fraqueza humana. Denunciava destemidamente a hipocrisia, a incredulidade, e a iniqüidade, mas havia lágrimas em Sua voz ao proferir Suas esmagadoras repreensões. Nunca tornava a verdade cruel, porém manifestava profunda ternura pela humanidade. (O Desejado de Todas as Nações).
"Todos eram preciosos aos Seus olhos. Conduzia-Se com divina dignidade; inclinava-Se, todavia, com a mais terna compaixão e respeito para todo membro da família de Deus. Via em todos, pessoas a quem tinha a missão de salvar" (Obreiros Evangélicos, p. 117).


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