Relacionamento aberto: Liberdade ou armadilha? Uma reflexão bíblica, psicológica e pastoral

Vivemos dias em que o conceito de relacionamento vem sendo testado, distorcido e, muitas vezes, esvaziado de sentido. Entre essas novas propostas, o chamado “relacionamento aberto” tem ganhado espaço, especialmente entre casais jovens. Mas o que está por trás dessa ideia? E mais importante: essa forma de se relacionar agrada a Deus? Faz bem à alma? Fortalece ou enfraquece os laços que unem duas pessoas?

Neste artigo, vamos refletir sobre isso com base na Palavra de Deus, em orientações de especialistas da área emocional e sexual, e com uma visão pastoral que busca restaurar o valor do relacionamento verdadeiro e comprometido.

O que é um relacionamento aberto?

Relacionamento aberto é quando duas pessoas assumem um vínculo afetivo, mas permitem-se viver experiências com outras pessoas — sejam emocionais, sexuais ou ambos — desde que com consentimento mútuo e regras pré-estabelecidas. A promessa é de liberdade, leveza e ausência de traição, pois tudo estaria “combinado”.

Porém, a realidade mostra outra coisa: na maioria das vezes, o que nasce como uma proposta de “liberdade” se transforma em insegurança, ciúmes, comparações, desgaste emocional e, por fim, frustração.

O que a Bíblia diz sobre isso?

A Bíblia não deixa margem para dúvidas: o relacionamento conjugal foi instituído por Deus para ser entre dois — um homem e uma mulher — numa aliança de fidelidade e exclusividade. Não é uma prisão, mas uma escolha diária de amor e compromisso. Veja o que diz a Palavra:

“Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne.” (Gênesis 2:24)

“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.” (Hebreus 13:4)

“Seja bendita a tua fonte, e alegra-te com a mulher da tua mocidade.” (Provérbios 5:18)

O plano de Deus é claro: a união conjugal deve ser um espaço seguro de confiança, entrega e crescimento mútuo. Quando abrimos essa aliança para terceiros, quebramos o propósito divino e abrimos portas para dores que Deus nunca desejou para seus filhos.

O que dizem os especialistas?

A psicologia e a sexologia modernas também têm observado os danos causados pelos relacionamentos abertos:

Dra. Ana Canosa, sexóloga, alerta que “a maioria dos casais que tenta essa abertura emocional e sexual não consegue lidar com os efeitos colaterais, como o ciúme, a comparação e o esvaziamento emocional.”

Dr. Augusto Cury, psiquiatra, ensina que “o excesso de opções gera angústia. O ser humano precisa de vínculos profundos e significativos para se sentir verdadeiramente amado.”

Gary Chapman, autor do best-seller As 5 Linguagens do Amor, afirma: “Relacionamento duradouro se constrói com dedicação, exclusividade e expressão constante de amor, não com permissividade afetiva.”

Esses especialistas reforçam o que a Bíblia já nos dizia há séculos: a verdadeira segurança emocional está em vínculos profundos, não em experiências múltiplas.

Quais os riscos de um relacionamento aberto?

Embora muitas pessoas pensem que podem administrar esse tipo de relação, os riscos são reais e frequentes:
Ciúmes e ressentimentos crescentes
Desgaste emocional e perda de identidade como casal
Baixa autoestima e sensação de rejeição
Confusão emocional, especialmente quando há filhos
Rompimento da confiança e da segurança relacional

A abertura pode até parecer “consensual”, mas a alma humana foi criada para amar com profundidade, e não para dividir o que é íntimo com vários.

Como restaurar o valor do relacionamento tradicional?

Ao invés de buscar alternativas modernas que desconstroem o amor, que tal restaurar o modelo divino?
Invista no diálogo honesto e contínuo
Busque o fortalecimento da vida espiritual em casal
Valorize o toque, a escuta, o carinho e o tempo juntos
Peça ajuda: aconselhamento pastoral ou terapia de casal pode ser um divisor de águas
Relembre sempre os votos de amor e os motivos que os uniram
O amor não é um sentimento estático, é uma construção. E relacionamentos tradicionais, quando bem cultivados, produzem frutos de paz, alegria, estabilidade e cumplicidade.

Conclusão: liberdade não é fazer tudo, é fazer o certo

O mundo chama de liberdade o que muitas vezes é apenas fuga da responsabilidade, imaturidade emocional e desejo de prazer imediato. Mas Deus nos chama para uma liberdade mais alta: a liberdade de amar com responsabilidade, de ser fiel, de investir em uma única pessoa, com profundidade e verdade.

Relacionamento aberto não é evolução — é risco.

Relacionamento tradicional, com Cristo no centro, é proteção.

Que o Espírito Santo conduza cada coração à verdade, e que os casais que estão enfrentando dúvidas possam encontrar consolo, direção e restauração no propósito de Deus.

Pastor Luciano Gomes, Teólogo

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