De acordo com a Lei de Moisés, os israelitas eram obrigados a dar 10% de sua produção agrícola e animal ao Senhor (Levítico 27:30-32, Números 18:26, Deuteronômio 14:22-29). Esse dízimo era usado para:
1. Sustentar os levitas, que não tinham herança de terra (Números 18:21).
2. Financiar os sacrifícios e rituais no Templo (Levítico 27:30-32).
3. Ajudar os pobres e necessitados (Deuteronômio 14:28-29).
A obrigação dos dízimos era clara:
- "O dízimo da terra, seja dos grãos da terra, seja dos frutos das árvores, pertence ao Senhor" (Levítico 27:30).
- "Guardarás o dízimo da tua colheita anual" (Deuteronômio 14:22).
A não observância dos dízimos era considerada desobediência à Lei:
- "Maldito seja o homem que não ouvir as palavras desta lei e não as cumprir" (Deuteronômio 27:26).
- "Ai de vós que esqueceis o Senhor" (Isaías 65:11).
Na Velha Aliança, os dízimos eram uma forma de demonstrar:
1. Gratidão a Deus pela prosperidade.
2. Obediência à Lei.
3. Sustento aos que serviam ao Senhor.
Já na Nova Aliança, os dízimos não são mais uma obrigação legal, mas sim uma expressão de gratidão e amor a Deus (2 Coríntios 9:6-7).
Por que os dízimos não são mais obrigatórios na Nova Aliança?
Os dízimos não são mais obrigatórios na Nova Aliança por várias razões:
1. Mudança de economia: Na Velha Aliança, os dízimos eram uma forma de sustentar os levitas, que não tinham herança de terra. Na Nova Aliança, os crentes não dependem mais de um sistema de sacrifícios e rituais no Templo.
2. Nova forma de adoração: Jesus Cristo tornou-se o Sumo Sacerdote e o sacrifício perfeito (Hebreus 9:11-14). A adoração não é mais limitada a um local específico ou a um sistema de sacrifícios.
3. Libertação da Lei: A Nova Aliança traz uma nova liberdade em Cristo (Gálatas 3:24-25, 2 Coríntios 3:17). Os crentes não estão mais obrigados a seguir a Lei de Moisés.
4. Dádiva voluntária: A Nova Aliança enfatiza a dádiva voluntária e generosa, não mais uma obrigação legal (2 Coríntios 9:6-7).
5. Mudança de foco: O foco da Nova Aliança é a relação pessoal com Deus, não mais um sistema de regras e regulamentos.
6. O Espírito Santo: A Nova Aliança traz a presença do Espírito Santo, que guia e inspira os crentes a dar com generosidade e amor (2 Coríntios 9:8-11).
Passagens bíblicas que ilustram essa mudança:
- "A Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (João 1:17).
- "Cristo nos libertou da Lei" (Gálatas 3:13).
- "Não há mais necessidade de sacrifícios" (Hebreus 10:18).
Agora, os crentes são chamados a dar com:
- Generosidade (2 Coríntios 9:6-7)
- Amor (1 Coríntios 13:3)
- Gratidão (Colossenses 3:15-17)
A dádiva voluntária e generosa é um reflexo da nossa relação com Deus e da nossa gratidão por Sua graça e amor.
Na Antiga Aliança, não dar o dízimo tinha consequências negativas. O devorador, também conhecido como "o consumidor" ou "o destruidor", era um agente de juízo divino que punia aqueles que desobedeciam à Lei.
Consequências de não dar o dízimo:
De acordo com a Bíblia, aqueles que não davam o dízimo:
1. Eram amaldiçoados (Malaquias 3:9-10).
2. Sofriam perda de colheitas e animais (Levítico 26:14-20).
3. Eram consumidos pelo devorador (Malaquias 3:11).
O devorador:
No contexto da Velha Aliança, o "devorador" se refere a gafanhotos que destruiriam as colheitas como consequência da desobediência ao Senhor, incluindo a não entrega do dízimo. Em Malaquias 3:11, está escrito:
"E eu repreenderei o devorador por causa de vocês, e ele não destruirá os frutos da sua terra, nem a videira no campo será estéril, diz o Senhor dos Exércitos."
Aqui, o "devorador" se refere a gafanhotos que devoram as colheitas, simbolizando a consequência da desobediência. Outras passagens bíblicas também mencionam gafanhotos como instrumento de juízo divino, como em:
- Êxodo 10:14-15 (a praga dos gafanhotos no Egito).
- Joel 1:4 (a invasão dos gafanhotos como juízo de Deus).
- Joel 2:25 (o Senhor restaurará os anos que os gafanhotos devoraram).
O devorador é mencionado em Malaquias 3:11 como um agente de juízo divino que destrói aqueles que não cumprem com suas obrigações para com Deus.
"Então eu afastarei de vós o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a videira no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos." (Malaquias 3:11).
Exemplos na Bíblia:
Alguns exemplos na Bíblia de pessoas que sofreram consequências por não dar o dízimo incluem:
1. Os israelitas que não deram o dízimo durante o período dos juízes (Juízes 2:10-15).
2. O rei Saul, que não cumpriu com as obrigações do dízimo (1 Samuel 15:1-23).
Na Nova Aliança, não é mais obrigatório dar dízimos na igreja nos dias de hoje?
Na Nova Aliança, estabelecida por Jesus, o conceito de dízimo mudou. Agora, os crentes são chamados a dar com generosidade e alegria, sem a ameaça do devorador (2 Coríntios 9:6-7).
Cuidado com pastores e líderes que pregam a obrigatoriedade do dízimo nos dias de hoje.
Alguns pastores e líderes religiosos ainda pregam o dízimo da Velha Aliança como uma forma de arrecadar fundos e enriquecer, em vez de enfatizar a graça e a liberdade em Cristo. Isso é conhecido como "teologia da prosperidade" ou "evangelho da riqueza", que distorce o ensino bíblico e explora a fé e a boa vontade das pessoas.
Problemas com essa abordagem:
1. Ignora a graça de Deus em Cristo.
2. Foca no dinheiro em vez de na relação com Deus.
3. Cria culpa e obrigação em vez de liberdade e generosidade.
4. Enriquece os líderes, mas não necessariamente beneficia a comunidade.
A Bíblia ensina que:
- "Onde está o seu tesouro, ali estará também o seu coração" (Mateus 6:21).
- "Dai e será dado a vocês" (Lucas 6:38).
- "Não ajuntem tesouros na terra" (Mateus 6:19).
Em vez de enfatizar o dízimo, os líderes devem:
1. Ensinar a graça e a liberdade em Cristo.
2. Modelar generosidade e servir aos outros.
3. Fomentar uma cultura de doação voluntária e generosa.
Se você está em uma igreja que pratica essa teologia, é importante:
1. Estudar a Bíblia por si mesmo.
2. Questionar os ensinamentos.
3. Buscar uma comunidade que enfatize a graça e a liberdade em Cristo.
Lembre-se: a verdadeira riqueza está em Cristo, não em dinheiro ou possessões, e principalmente na obediência ao Senhor, que sempre traz bênçãos!
Bacharel em Teologia
0 Comentários