
É comum criarmos expectativas em relação a outras pessoas — seja um líder, um pastor, um amigo ou até mesmo alguém da nossa família. O coração humano, muitas vezes, busca exemplos e referências para se espelhar. Isso não é errado em si; o problema surge quando colocamos alguém em um pedestal tão alto que esquecemos que todo ser humano é falho.
Lembro-me de um jovem que admirava profundamente o seu pastor. Ele via naquele homem de Deus um modelo de pai, conselheiro e líder espiritual. Tinha nele uma referência acima da média. Mas eu sempre alertava: “Cuidado, não coloque suas expectativas demais em um homem, porque ele é humano, e pode falhar. Se isso acontecer, você pode se frustrar e até se decepcionar na fé.”
Essa experiência mostra como a idealização pode ser perigosa. Quando aquela pessoa não corresponde à imagem que criamos, a frustração toma conta. É aí que precisamos voltar os olhos para Cristo.
O olhar da Bíblia sobre a fragilidade humana
A Palavra de Deus não esconde as falhas dos homens. Davi, chamado “homem segundo o coração de Deus”, errou. Pedro, um dos apóstolos mais próximos de Jesus, negou o Mestre três vezes. Paulo, grande missionário, reconhecia: “O bem que quero, esse não faço; mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:19).
Já sobre Jesus, o testemunho é diferente. Ele mesmo disse: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (João 8:46). Nenhum homem poderia sustentar tal declaração, a não ser o Filho de Deus. Por isso, o único que nunca nos decepcionará é Cristo.
A visão de especialistas sobre expectativas
Psicólogos apontam que a frustração acontece quando existe um abismo entre a expectativa e a realidade. Quanto maior a expectativa criada em relação a alguém, maior será a dor quando essa pessoa não corresponder. O ser humano precisa de referências, mas também precisa entender os limites dessa idealização.
Quando esperamos perfeição de pessoas comuns, estamos condenando a nós mesmos a viver em ciclos de decepção. Já quando compreendemos que todos somos vulneráveis, a convivência se torna mais leve e madura.
Somos cartas vivas
A Bíblia diz que estamos cercados por uma “tão grande nuvem de testemunhas” (Hebreus 12:1). O mundo nos observa, e muitas vezes espera perfeição dos cristãos. Mas a diferença não é sermos impecáveis, e sim não fazermos do pecado uma prática de vida. O ímpio peca sem peso na consciência; já o cristão luta contra o pecado, reconhece sua fraqueza e busca a graça de Deus diariamente.
Portanto, devemos aprender a admirar homens e mulheres de fé, mas sem perder de vista que todos podem falhar. Nosso alvo é Cristo, e Ele sim é perfeito, digno de confiança e incapaz de nos decepcionar.
Um conselho ao leitor
Se você já se frustrou porque um líder espiritual, um amigo ou alguém que admirava falhou, não permita que essa decepção roube a sua fé. Lembre-se de que homens passam, mas Cristo permanece. Olhe para Jesus, e não para os homens. A decepção pode até doer, mas ela pode se transformar em aprendizado: reconhecer que somente o Senhor é digno de total confiança. Continue caminhando, orando e servindo, porque a sua fé não deve estar firmada em pessoas, mas em Deus.
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