Cadê os Milagres de Hoje? – Um Chamado à Fé e à Manifestação do Poder de Deus

Na Igreja Primitiva, milagres eram frequentes e o Evangelho era confirmado com sinais. Por que isso parece tão raro em nossos dias?
Nos tempos de Jesus e dos apóstolos, os milagres, curas e maravilhas não eram exceções – eram parte da rotina. Do cego que voltou a ver, ao paralítico que se levantou, até mortos que voltaram à vida, tudo isso apontava para algo maior: a presença ativa e poderosa de Deus no meio do seu povo. A Igreja Primitiva não apenas pregava; ela vivia o sobrenatural. Mas hoje, muitos se perguntam: “Por que não vemos mais esses sinais com tanta frequência?” Será que o céu se fechou? Ou será que nós é que mudamos?
O modelo do ministério de Jesus
Jesus, ao iniciar seu ministério, não apenas ensinava; Ele curava, libertava e realizava sinais que confirmavam sua identidade como o Messias. Em Mateus 4:23-24, lemos:
“E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.”

O ministério de Jesus era triplo: pregação, ensino e cura. Era impossível dissociar uma coisa da outra. Ele mesmo disse:

“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis” (João 10:37).

A Igreja Primitiva e os sinais que seguiam

Os apóstolos, após receberem o Espírito Santo no Pentecostes (Atos 2), continuaram a obra de Jesus com poder. Em Atos 5:12, está escrito:

“E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos.”

A multidão se convertia porque via. E o que via confirmava o que ouvia. O próprio Jesus prometeu:

“E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas…” (Marcos 16:17-18)

Por que hoje os sinais parecem escassos?
a) A fé esfriou?

Jesus já havia alertado:

“Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” (Mateus 24:12)

O esfriamento do amor é um sintoma da perda da fé. E milagres estão diretamente ligados à fé, como Ele mesmo declarou à mulher que sofria do fluxo de sangue:

“Filha, a tua fé te salvou…” (Lucas 8:48)b) A igreja substituiu o poder pela estrutura

Hoje, muitas igrejas se tornaram institucionais demais, com programas bem elaborados, mas pouco espaço para o mover sobrenatural de Deus. Como disse A.W. Tozer:

“Se o Espírito Santo fosse retirado da igreja hoje, 95% do que fazemos continuaria, e ninguém notaria a diferença.”c) O milagre exige cooperação de quem crê

Jesus não realizou muitos milagres em sua própria terra, não porque Ele não pudesse, mas porque eles não creram:

“E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” (Mateus 13:58)O papel da fé na operação de milagres

O apóstolo Tiago ensina que a oração da fé curará o doente (Tiago 5:15). Não é só a oração em si, mas a fé contida nela. É a fé que atrai o céu à terra.

O autor de Hebreus afirma:

“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus…” (Hebreus 11:6)

Muitos desejam milagres, mas não estão dispostos a crer com a mesma intensidade que desejam.A promessa ainda é válida

O Espírito Santo não mudou. Os dons espirituais ainda estão disponíveis:

“A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso… A outro, dons de curar, pelo mesmo Espírito.” (1 Coríntios 12:7-9)

Deus ainda cura. Deus ainda opera milagres. Mas a pergunta é: nós ainda cremos de verdade?

Conclusão: precisamos voltar ao primeiro amor

Milagres não cessaram. O que muitas vezes cessou foi a nossa fome pelo sobrenatural. A igreja precisa de mais do que bons sermões; ela precisa de poder. O mundo não será impactado apenas por discursos – ele será transformado pela manifestação viva de um Cristo que ainda cura, liberta e salva.

Como pastores, teólogos e crentes, devemos clamar como os primeiros discípulos:

“Senhor, concede aos teus servos que falem com ousadia a tua palavra, enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios…” (Atos 4:29-30)

Pastor Luciano Gomes,
teólogo e colunista do portal Veja Aqui Agora
e do blog Crescimento Espiritual.


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